quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Balada

Entabulei ou os dados corrigiram a rota incerta de meus dedos, vencidos pelo desejo de sucesso, enganados, como a velhice que tantas vezes tem se abatido sobre meus dias, o reflexo congênere do tempo enganador e sucessivo, os tristes livramentos que a vida tem oferecido, dias mascados de sorte e incerteza, de amores vãos e de manhãs torpes, as vagas oceânicas da noite, e o inadmissível peso arcaico do sol a pino, instam-me a mudar o porto em movimento outros que me revelem o apropriado eixo fluido adequando-se ao melhor ângulo perceptivo possível. [Descobri que se podiam articular as sensações o mais que se quisesse].

Solem et Lunae delendi

Les étoilles etincellants bas a tes pieds quand le ciel lourd – La Lune ;

Ce que je vous dit peut-moi descrire chez le vision de mon bateau ivre.

Exerce isso,

Puro exercício.

Excede ócio,

No que é preciso.

O vento em lufadas,

Cortado pelas cordas

Da harpa que tangia,

Exercia seu influxo.

Sonoro e místico

O dístico viravolta

N’alma minha qual

Rústico torvelinho.

O acústico revérbero

Da corda mi, afiada,

No cimo agudo da

Faca sangrenta...

Corre lenta e luta.

O Sol pára como

Para inspecionar –

Nisso a Lua insta-o:

- Nada fazes? Faze!

- Não, desde que não jaze.

- Sabes o que faço?

- Acaso, é devido a isto...

[Mostra ocultando]

Excitadamente chateado

Aproxima-se na borda do

Horizonte, maior, afetado.

“Graças ao mistério, sou:

Mesmo isto inda que mude.

Não mudo tanto, e regular,

Ela impediu-o de continuar.

Era ao mesmo tempo a voz

De todas as esferas celestes.

Os corpos femininos que as

Cordas tangiam aos largos:

Ainda que te revele, de nada

Adianta se ignorante pensais

Que podeis saber como tudo

Sabemos concluir sem...

- que saibais - completaram.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Oceano noturno

No arcaico e belo vivo quadro grego

Pinto a noite como oceano petróleo.

Que a bravata aberta à caixa do ego,

Ao rico texto com reverência viole-o.

Orfeu, musas olímpicas & Apolo,

Ditos em flechas na aljava & harpa

Suave acompanhe aos dedos da ave

Do Deus o trinado sem embargo.

Harmonia & Mnemosine o levam no colo,

Embalado ao som dos acordes no influxo vocal.

Verbo e Nome unem e a ação ao herói acomoda

A capa, com bordado colorido & fio de Ariadne.

Como limite aurífero o discurso formata a alma,

Tangencia o horizonte e para Dafne faz a moda.

18 de agosto de 2009-08-18;