sábado, 7 de outubro de 2017

Nego maiorem

aut prudenti

É preciso mesmo atingir o cerne
chegar a raiz da crítica
contundente e destrutiva.

Chega destes mesmos ídolos,
incutidos, obrigatórios
como propaganda
ostensiva e política
de juízos peremptórios.

A ideia é como um rio
imantado de sentimento.

Desemboca no mar
e na multidão
como o lampejo
de algo muito necessário,
inda que não lhe aperceba
senão o nosso vazio
onde cresce
como um lume
que se alimenta
com a menor
e a mais nova
ou qualquer sensação.

A vida se lhe sente com a ponta dos dedos
que estalam feito pedras

Logo se inflama,
alardeia e infla,
até que de tanta sedução 
e mentira
conquista o coração,
e se agiganta na mente
que não cabe mais ao corpo.

Não é o êxtase do poeta,
em seu divino arroubo,
nem o do místico ou do profeta.

É daqueles para quem
é preciso pensar fora da caixa...
craniana, por certo...

Como se já soubesse
o desfecho, 
entre tantas coisas,
para a materialista querela,
segue a turba cega.

Decidiram "pensar",
como o ruminante que pasta,
ora com a genitália
aliada ao estômago,
ora com o peito
inflamado de raiva,
ou atado o dedo à inveja -
tudo isso porque,
dizem a si mesmos
que têm com que não sucumbir
a trabalho ou fome,
coisas as quais julgam
ociosas e indignas de sua specie

E nisto atingimos o âmago
da estupidez humana.

Veja você.

Já se sabe, assim mesmo,
que toda a crítica
é a insatisfação que motiva.

Só nos resta saber...
se é ao próprio ego
ou ao estado de coisas
que a si não satisfaz.

O que afirmo? 
Que eu nego?