sábado, 26 de setembro de 2009

Beleza (in diese Schönheit)

“Seu nome é Beleza”.

Na corrente etérea que flui

Da percussão aérea do nome

Soube da natureza a profunda

Emoção.

Sagrada, a aparição que aos olhos

Fere, tange o diapasão das almas

Das crianças livres: sua estrela é

Qual no peito um vulcão autoevidente.

Não quis traduzir o sentimento

Sublime, o fluxo brilhante que

Pelo sangue flui sem entraves,

Mas oxigenar minha visão.

O vento costeava-me os lados.

Surdo, aturdido pelo intento,

Cruzei os dedos levando-os

Aos céus intensos, acesos.

Vi. Ela brotou tranqüila, lenta.

Acompanhada de júbilo, quieta.

Brilhou concomitante o meu peito.

Quisera expandir.

O ar nele não era suficiente

Para as sinapses intuitivas

Da presença pura e fulgurante.

Quanto de mim foi arrebatado!

Uma visão e não quereria

Com outras compará-la.

Fechei os olhos para o mundo

E a sua lembrança, eloqüente,

Bastou-me década.

Rima sua e profunda.

Da beleza da natura.

Excêntrica, econômica.

Onividente e sábia.

A futura colheita

Dos trigais dourados

Espera o varão industrioso

Que lê no coração da terra

O destino lancinante

Da espécie.

Na aparição, o seu mistério.

Nem mais, nem menos.

Exata equação que o tempo

Propaga e que no coração

Do homem dimana a sensação

De que o pavio é curto

E a expansão é infinita...

Até que volte!

Contrasta. Solve e coagula.

Jugula em si os touros sagrados.

Dá a ela somente o que se pede.

Manda-te teu eu passear

Em busca de si e aproveita.

Na inconsciência permitida

Permuta a morte com a vida.

Vale a pena perpetuar o espetáculo.

Se tudo conserta com a beleza

Em um laço secreto...

Foi, também para mim, desconcertante.