Na corrente etérea que flui
Da percussão aérea do nome
Soube da natureza a profunda
Emoção.
Sagrada, a aparição que aos olhos
Fere, tange o diapasão das almas
Das crianças livres: sua estrela é
Qual no peito um vulcão autoevidente.
Não quis traduzir o sentimento
Sublime, o fluxo brilhante que
Pelo sangue flui sem entraves,
Mas oxigenar minha visão.
O vento costeava-me os lados.
Surdo, aturdido pelo intento,
Cruzei os dedos levando-os
Aos céus intensos, acesos.
Vi. Ela brotou tranqüila, lenta.
Acompanhada de júbilo, quieta.
Brilhou concomitante o meu peito.
Quisera expandir.
O ar nele não era suficiente
Para as sinapses intuitivas
Da presença pura e fulgurante.
Quanto de mim foi arrebatado!
Uma visão e não quereria
Com outras compará-la.
Fechei os olhos para o mundo
E a sua lembrança, eloqüente,
Bastou-me década.
Rima sua e profunda.
Da beleza da natura.
Excêntrica, econômica.
Onividente e sábia.
A futura colheita
Dos trigais dourados
Espera o varão industrioso
Que lê no coração da terra
O destino lancinante
Da espécie.
Na aparição, o seu mistério.
Nem mais, nem menos.
Exata equação que o tempo
Propaga e que no coração
Do homem dimana a sensação
De que o pavio é curto
E a expansão é infinita...
Até que volte!
Contrasta. Solve e coagula.
Jugula em si os touros sagrados.
Dá a ela somente o que se pede.
Manda-te teu eu passear
Em busca de si e aproveita.
Na inconsciência permitida
Permuta a morte com a vida.
Vale a pena perpetuar o espetáculo.
Se tudo conserta com a beleza
Em um laço secreto...
Foi, também para mim, desconcertante.
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