sábado, 13 de fevereiro de 2010

Vida sonora da palavra

O segredo da vitalidade
reside nos ritmos,
o mais pequeno é
trecho de uma verdade
desde que música sentida,
suficiente na voz do sileno.

Admiro o modo sincero
com que os orientais
antigos estão convencidos,
nisso sem afetação:
somos nós deuses -
e o pensamento
é o criador do real.
Força ativa de afirmação.
Para o obsoleto, destruição.

Gosto de,
experimentar na citadina
alteridade o espólio
e o estranho modo como
o novo encontra lugar
entre os sempre antigos,
na fusão formidável dos estilos.

O que não nos enfatua
faz de cada vista
algo ímpar.

Delírio!

Ó criança taciturna
das expansões de outrora
quisera tê-la invadido
com egípcia unção...

Corto-lhe as veias e arremesso-lhas
fora... as hemácias em ebulição...

O que seria de nós
se arruinássemos a função?

Ligas que não atam nós,
façam laços, nos deixa sós.
Ascética sinergia do repente a hora,
desviar a alavanca do fulcro e gozar fora:

da meta que é o eterno,
sejas sempre afirmação.


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