sexta-feira, 9 de abril de 2010

Das Ilhas Bem Aventuradas

Acho que não há onde não consiga chegar. Mas me revoltei contra essa ideia e vim direto para casa. Tudo é distância. Para alguns o mundo, o espaço entre as coisas é mais amplamente preenchido. Ainda que aparentemente o paradoxo de não haver vácuo faça com que tudo o que há seja infinitamente divisível, nada se toca. Somos os espaços menos densos entre átomos. A superfície, o contato mínimo, ainda que paralelo seja, o eminentemente plano é rugoso. As dobras nos seres esféricos fazem delas os encaixes infinitamente seletivos. Oxalá, assim o fosse! Os raios luminosos tornam-se cordas quando aquecem, enquanto engates atam e com laços cinge ele a cintura violenta do Cabo das Tormentas. O nauta é seta quando parte e gancho quando aporta, âncora que é pequena pausa no fluxo enquanto a nave possuída abebera. Pela falta de uma palavra melhor: singro éter por todos os lados. Eras e teares, muitas telas me atravessam. As Moirai! Quantas vezes para mim teceram vestes?! Quantas estadias em um carrossel de bêbedos! Não estou farto. Estou leve. Alguma coisa prognostica meus breves olhos, oráculo em forma afim às novas abóbadas. Reverberam já os veículos conforme altas estâncias benfazejas. A música é minha ama, com seus bálsamos despeja nestes odres esbeltos o transparente odorífero. Ela entrelaça, desdobra e transporta-me esguio e terrível como quem morre para os profanos.

F.'.

Um comentário:

A primeira estrela disse...

Eu te vi na noite de domingo às sete horas da noite na Av.Sergio Guerra em frente ao posto em frente ao carrefour.