Em toda parte a fartura está
sempre em destaque.
Estilingada lança com arte
a grave forma
e cai ao solo
para que se alce, pérola
de íntegra beleza.
O metal frio domina
e no papel lento dobra
a vereda em esquina,
sublime entalhe da obra.
Tomei à águia em pleno ar
a formosa e leve pena.
Fiz de tudo, ondeei o mar,
dobrei o horizonte,
diferi céu e terra,
à sina do homem, amém;
cingi sua fronte,
e o fiz amar como quem erra.
Não servem as palavras
sem que lhes acompanhe
o espírito.
Vincos de ouro são estrelas,
dobras das vestes dela,
pérolas de seus olhos
livres como que vertem
luzes em vasos.
Rasos para que não ocultem
os meus que a chama em risos
ao enlace a cintura cingem.
Tuas pernas são a vertigem
em pilares...
Teu sorriso é o aroma da manhã.
Exangue de ter se entregue ao céu
ela deita-lhe o peito que é nuvem.
Seco o ânimo singelo
que viceja
no sopro quente do sol.
Fria a Terra Úmida
pelo orvalho
que cobre a manhã
com um beijo.
Vapor morno
que sobe ao alto
graças ao forte
e sublime anseio.
Frater F.'.
2 comentários:
Muito belo!
"Não servem as palavras
sem que lhes acompanhe
o espírito."
simplesmente perfeito... fiquei a imaginar que belas palavras a se entrelaçar e formar um divino poema que enche de luz quem o ler. Só sendo mágico e totalmente apaixonado pela doce melodia das palavras... parabéns!! sou até suspeita para falar.. continue a postar
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