Francisco disse (14:35):
[...] Tu és mui nova. A própria natureza a tristeza tão jovem não convém. Para teu bem, te esculpe, te cultiva, o teu interior é de luz, tudo está em ti, és o que importa, o único valor é a vida, não fiques procurando em outros, fora, o que não se pode dar, és o melhor, a vida em pujança, o tempo é uma quimera, a vida é o agora, a presença mesma da força, o poder de realizar-te a cada instante
entenda...
Francisco disse (14:36):
essas são as minhas palavras, porta-voz da natureza, que não te quer ver triste.
Francisco disse (14:38):
Faz! Tu podes fazer o que quiser. Eu não estaria dentre aqueles que possivelmente aprenderiam grego. Simplesmente estou. Foi só querer. Somos assim, a luz e o poder. Tudo o mais é estéril. Só dentro de nós as coisas vivas fecundam. Não se queira ter nada do que é outro, exterior. Nada se pode ter. A questão é luzir: no teatro, na música, nos passos, na dança, no falar e no dizer, no sonhar o por fazer....
Francisco disse (14:40):
No realizar o que é um só instante e que dura no empenho flamante de ranger os átomos enquanto acende a chama central, o ponto que é todos os pontos, os outros e você, na comunhão de uma mesma coisa... que não se desperdice. Pensar é errar. A memória só serve para as funções pragmáticas e para as boas lembranças, o tê-las, nem sequer o ficar por revê-las. A lembrança é destrutiva.
Francisco disse (14:42):
O que importa: o que as vivências fizeram com o nosso fluxo, que qualidade tem e em que direção despontam, como setas horizonte afora, abismos e exaltações, morte para a vida, é vida melhor outrora, sempre, adiante! O pêndulo é inflexível. Luza para que se te apartem as sombras. Nada temas, não há o que temer. O sútil e o denso são teus domínios. Leitos de rio para teu córrego.
Francisco disse (14:45):
Não queiras a sabedoria. É coisa divina. Apenas ama-a. Que mais vale a tua solidão? És tu mesma os outros, não precisas deles o tempo todo. Quando juntos harmonizai o aspecto no espectro-escalas-lunares propalando... As noites e os dias aproveita-os com o que é, o eterno é o melhor, e o que mais se aproxima disto é o que faço, quando quero, sem menos, depurado, o próprio Valor.
Teatro cósmico das sinceras aparições, drama barroco, falar várias línguas... em silêncio. A Imaginação é minha mãe. A rima minha companheira, desde que submeti as Musas pela Vontade. Nem bem elas lembram, sou mais antigo que elas. O que me apraz o mundo quando me reflete? Somente quando reflete as minhas escolhas. Desde respirar, andar e tudo o mais são minhas decisões. Algumas são irrevogáveis, a maior parte delas, não.
Nenhum comentário:
Postar um comentário