domingo, 28 de agosto de 2011

Domingo

Soa o primeiro dó
que é também o último.
Na escala setenária
a oitava é o princípio.

Eis o Alfa e o Ômega.

Não fosse o Domingo
não acordaríamos na segunda.

É o dia da seriedade maior.

Degrau para o salto
de quem busca alento,
é o preciso talento
do ser musical.

A oitava é o laço
que eleva o passo.

Como no ar
intervém o tom
é preciso amar
para ouvir o som...

Ruidoso abraço
que de si expande
os dois únicos amantes,
desde cedo como antes.

É preciosa a primeira nota.
A natureza ecoa em resposta:
se desces ela refrigera,
se sobes ela enlanguesce.

A última nota ninguém a verá
pois ela é o anverso da primeira.
Como os que se procuram era
trás era, e do abismo vivem a beira,
nunca será deselegante levantar-se
na segunda feira.

Um comentário:

Gabriela Adloff disse...

Nunca será deslegante se antes, em honrar, sempre lembrar-mos que é dia Domini.