quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Laço

Paráclito em nível ínclito.
Lado novo do velho, farto.

Tão somente o ir ter de fato,
com a natura após o parto;

Não há o que se não muda.
Vêde luz ante a matéria surda,
fazer-se cega frente ao desatino.

Oriundos da sede deste menino
como no silêncio da relva o leão,
nem repara que a sorte da corça,
no calor da noite, domina e força.

Tempo em ordem toda ab-surda,
a tramas solitárias não confundas
com as tuas, ainda isso surja
como lembrança nos vasos anímicos.

Laços de afeição em reparos rítmicos
reparam-se em estado de pura libido,
belas linhas tinham ilhas e seus istmos.

Inda quando dirigias-me ao nobre porto,
sendo a nau o meu e o véu o teu corpo,
tingias de ouro mel o vêlo do meu copo,
em delírios de lábios que me deixam torto.

Não lembras daquela tarde sem sombras?
Que o marulho das ondas em ondas,
saibam a ti fazer voltar. Compridas mãos
abrangem como raro estuário.

Nenhum mortal foi páreo
de cinzelar-te em rimas.

Quando do troféu te encimas,
não há o que se torne aéreo.

Mas quando deixas de queixas,
embora indo e te traga de volta,
tendo os versos como escolta e,
voltes agora esquecida das rixas.

Como nobre olfato tem o tigre,
e o vento favoreça a sua sorte,
fareja a vida a trilha da morte,
toda a procissão da plebe grei.

Em dias os quais ocultas,
o rastro doce do vinho insigne,
traze em signo noites devolutas,
mesmo que acordar te indigne.

Que isso a cultura ensine:
Faz colheita dos cachos da vinícula,
fogo alteado em fachos, viva a uva!

O teu altar ao frio não condene, mas,
volve o teu ímpeto de volta ao delta.

De puras liras a noite abraso.
Somente uma é para mim um vaso.

Furto-te às encondidas com sérios visos.
Vê-la caber no forte abraço.

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