sábado, 3 de janeiro de 2009

Horror Vacui

"E se acaso eu chorar,
não se espante,
o meu riso e o meu choro
não tem planos".


O ser humano, já que é natureza,
tem horror ao nada, ao vazio, ao vácuo.

Assim busca preencher-se
com muitos nomes e coisas.

Vive-as em mente,
e onde espreita a morte.

Não sabe que a causa
da morte é o amor e o apego.

Essa ignorância
dita-lhe a sorte.

A confiança se não provas,
também não se conquista.

Apenas o mérito é justa divisa.

Não ao acaso como numa noite fortuíta
onde do amor dos pais recebe a criança
a beleza como que por dádiva.

Como se a morte não fosse a libertação
das limitações corpóreas.

Vejam como os sentidos alcançam as estrelas,
veja como o pensamento as ultrapassa.

O sono é necessário,
ainda que seja inútil.

O material não importa.
Acaso choras por que tens lágrimas?

A natureza poderia fazer peixes de plástico.
Se não tivesse algo melhor a disposição.

O que mantém, enfim, a coesão,
existente em cada coisa consigo,
e entre as coisas vivas,
em seus afetos, células e átomos?

Atom-Hearth-Mother!
Sun-Rá-Lux-Father!

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