sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Crescente fértil

Sonhei, e nisso havia um ritmo.
Um cheiro misto de flores e sol
enternecia ela que a frente jaz.

Torno para ela o olhar e se desfaz
a procissão contínua ao pé da hera.
Era o brilho último do puro crisol.

Faleci de uma vez dos outros sentidos.
Ficou só a olfação a seguir a pele rente
ao chão o odor era pó e polém recente.

Da cor da estrela o teu fôlego evadia.
E retornava azul que nem a lua cheia.
O teu corpo era coro com meu coração.

Assim sentia que via que teu gozo
eclipsava as tuas sinceras órbitas: 
ebulição em suor & abismo aos pés, 
lágrimas, saliva, água, ar, que és?

Algo mais em fogo & do espírito
que participa de toda natureza,
com teu par, teu corpo de terra,
barro onde as coisas precipitam.

Tudo isso não te delimitava nem
eram o total de teu ser de delícia.
Para ti, me desdobrei em malícia.

Fenícia, tu és a fonte pura de-gustação.
O teu limite é a profundidade limítrofe,
ponto que não revela a relação, estrofe,
pobre destino de minha sincera canção.

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