É mister verdejar os níveos campos
e como seta solar sorver as águas,
salgadas faces de que és o doce espelho,
ó minha alma, ó minha ilustre dama.
Feliz sejais a quem não quebre o lustre.
Antes frugal a lhe perder o solo e lastro.
Assim o caminhante inteiro a meio dia, o céu
divisa em pleno sol no zênite e a pino.
Cavalga a abobada interior e faz o hino.
Verifica o brilho seco de que és a cópia,
nas ínclitas veredas hirtas, incertas
frente a suas incandescentes orbes...
intricadamente concêntricas...
Aí verás os luzeiros de duplas órbitas
se alinharem no mesmo nível.
Suas colunas eretas a fio de prumo,
no âmago deste imenso coração,
por muito que são perdem o rumo...
E a pressa cede ao longânime passo
com que se afoga as dores.
A noite é vil como o aço
que trespassa frio a solidão.
Se mantiverdes a memória das flores
seja este o poço da infinita redenção.
A glória silenciosa que é a de Deus
é o mesmo que para os homens a loucura.
Não a confessem, meus irmãos,
sob pena de ser esta a face
com que vereis à Morte.
E esta é a insígne sorte:
a glória é cara
e tão clara quanto não tem cura.
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Um comentário:
Normalmente eu me perco nas cruzilhadas de teus poemas =)
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