Sei que incorro no temerário erro
de julgar o que as aparências mostram
                                                                  [redundância cíclica -
                                                                   phainô,
                                                                   as coisas já são dadas onde aparecem].
Em aula deito o pau na imaginação.
No papel me reconcilio que ela.
Como é que é
que o que se julga,
isto é, se aceita,
                                                                 [dokaô,
                                                                  tauta mahêseai,
                                                                  hôs dokounta khrên dokímôs einai
                                                                  dià pantòs pánta perônta - sigo trad. do Mestre:
                                                                  "tudo aprender,
                                                                    como aparências aparentemente são
                                                                    passando todas através de tudo" (DK22, B1, 31-32)
tornar-se-ia verdadeiro?
Ou a verdade é o que se revela?
                                                                  [O aparente é o real]
Pois o um está em todas as coisas
       [en pantì eóntôn,
cada coisa segundo o seu domínio
       [hékastou dè katà tò epikratoûn,
       (DK59 B1, in Simpl. Física, 155, 23]
Cada coisa tem parte em tudo...
       [én pantì pantòs moîra... - fr. 11]
Estas partes são as Moiras que as dão.
Maiores mortes maiores sortes [partes]
recebem.
                                                                  [Heráclito, fr. 25 -
                                                                  onde mortes - móroi
                                                                  e sortes - moirai
                                                                  são o que as Moiras
                                                                  repartem, verbo meíromai];
Felizes os intrépidos,
os em quem o espírito
fez morada de futuro.
Mas os homens
descompassados não ouvem,
ou se ouvissem
é como se não houvesse
ninguém em casa,
                                                                   presentes estão ausentes .
                                                                  [pareóntas apeinai - DK22 B32, ad finem].
E eis o seu martírio.
É que ainda que comunguem do lógos,
não ouvem nem escutam a voz interior,
aquela que reúne todas as coisas, homologa.
Quem tiver ouvidos para ouvir que ouça:
limites de alma não encontrarás
tão profundo lógos [sic, idem: medida]
ela tem.
A partir deste antigo lógos é sábio concordar:
tudo é um - hên to pán.
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