sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Vestido

Sentada, ao sul do Busto de Tamandaré, entre trezentos e trezentos e sessenta metros, deste marco, em direção às praias do litoral sul, Cabo B. De frente para a rua, de costas para o mar, obstruído contato-contínuo um bar, não olhava para a rua, mas obliquamente e para os lados não fixamente num ponto, uma das formas possíveis de quem está a pensar, revolteando os olhos nas órbitas no horizonte inscrito em ângulo convexo, [a questão é onde e não como, eximo-me então de falar como os seus braços estavam em posição paralela] com algumas pessoas, não tenho certo se foi mesmo na quinta-feira ou na sexta, lembro-me que foi depois de um evento [mas também não posso precisar se esse foi por você presenciado, ainda que houvesse tido termo pouco antes] era uma sexta-feira e agora tenho quase certeza, porque deparara o Bebe Blues &c. fechando um tanto cedo; antes apesar de não teres tu perguntado, e mesmo que não tenhas, antes disto, estava na praia e presenciava movimentos de reconciliação cósmica de um amigo e interlocutor, precisamente sobre lembranças ancestrais e imagens descontínuas, i. é. estáticas, onde soluções de continuidade supõem incógnitas quebras ou um hiato entre, e só assim poderiam ser explicadas, o sono e a vigília; não basta dizer que a percepção dos estados de alma e de suas dimensões naturais e qualitativas, é preciso investigar esse abismo, buscar respostas para imagens primevas, dizer o que é o mar, o oceano [vez por outra opaco, colectividade de coisas que não se pode contar], e o horizonte que separa, porque delimita o céu da terra que, tem de grande berço oceano, mar sem limites; muito do que é visão cinde-, o que não posso prescindir é fotográfica memória, no exacto sentido do termo, já que dentre os movimentos qualitativos de minha visão, devido expansão em direcção contrária pôde, por força harmoniosa se deixar arrebatar graças à precisão iniludível do fio que junta em coincidência possível os limites daquilo que uma coisa é, i. é., a bel... & o b[ruído]m, ‘e que belo vestido portavas’, "quem o saberá?", de havia poucas horas atrás... Isso não é desculpa para não saber o nome do estabelecimento comercial-beira-praia-urbana em que, talvez, poucos instantes possa ter permanecido. Ver é seleccionar. Falo de Uma imagem que se produz no fluir dos filamentos luminosos incidentes na superfície produzindo acústica, direcção, volume &c, ressonância que espraia e re-torna, repaixão e eflúvios que dão conta de figurar a aparência nos detalhes que mais afectam e colidem, não obstante tão somente as ondas fortes terem o carácter suficiente nítido para causar impressões, como o artífice que grava um estatuário íntegro e coerente, que dada à natureza generosa verdadeira daquilo que foca, torna-se capaz de ver sem precisar estar olhando [tenho dúvidas do limite que se possa a dar a expressão “todo o tempo”], quando todo o olhar só tem uma função, o flerte, que é uma confissão, que é uma ênfase, para o que já se sabe, logo, afectação do ânimo êmulo de ter o que dizer, ali no instante em que só se sabe o nome, primeiro indício de trilhas e pontes, ora amplas ora estreitas por onde vectores (sic. Corpos), vias para novos fluxos, odres novos para vinho velho, que ora contém ora escoa. Sendo coados por nossos filtros, nossa tecida veste, que foi cozida pela força-fluxo coesiva [que ao ter consigo prenuncia que é causa sui e de encontros].

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