segunda-feira, 20 de abril de 2009

Alma (reprise)

Se dos mares do mundo tua alma é refém,
se não suporta o deslinde de cada refrega,
não te mantenhas com esta face sôfrega,
pois o entristecer a natureza não convém.

Longa a noite do dia, largo o dia na noite.
Suave de doce a língua que fala da lira,
como grave e doloroso a ira feita açoite.
Porém, suaviza a vida o peso da morte.

Possa trinar o rouxinol e enternecer-te.
Não sei se tristeza ou de angústia rias
nas tardes sãs em tudo menos vazias.

Cólera ou melancolia dos ânimos cindia,
a eloqüência da chama simples dos dias,
como bálsamo ou espada dúbia é a vida.

Um comentário:

A primeira estrela disse...

"Longa a noite do dia, largo o dia na noite.
Suave de doce a língua que fala da lira" lindo.Eu tenho minhas sérias suspeitas de sobre você,24 anos,meu circulo de conhecidos com 24 anos,é de pouca gente.Acho que já sei que és :B