sábado, 4 de abril de 2009

Fenícia, Egito e Babilônia.


Da Fenícia veio a vagar
letras em fim unidas.
De modo a ligar o olhar
às coisas em cadeias.
Na Babilônia,
de pernas abertas,
a ela incendeias.
No Egito,
o sábio decadente
furou os olhos
& ateou fogo às estrelas.
Descendente das antigas dinastias,
com o corpo fremente,
guardou os sinóticos
quadros da fina flor candente &
Disse à mulher o que enfim sentia:
Quando cair do corpo a semente,
irei junto com o alimento
que dá saúde a mente.
Pois, o desejo ao coito
& à realidade dirige.
Em criança a ciência
do número no nome
o deixava asmático.
Se no céu dedilhava
a harmonia em profundeza,
sobre o vértice do ar
olhava em prisma.
Na testa a ruga nova
tornada velha
lhe aprofundava na cisma,
de que no passo largo
já houvera vivido
de todo em tudo
no lance fático.
A sorte preconizara
no aceno longínquo
as tão sonhadas posses.
Fosse delas a unidade
naquilo que obtivera
antes isso a nada fosses.
Visto que para ela,
inculta e indecisa
tanto fazia ser como nada.
A azáfama atroz e malograda
das tuas falsas fauces,
nem isso eu lembrava.
Nem dissabor
nem intemperança
ou na lembrança
havia mínima raiva.
Apenas o raiar do dia da morte
iria o que sobre sua cabeça
sem o saber pairava.
Dedilhava a harpa
a morte contínua
& sem dizer palavra
para que viesse
tampouco deixaria de vir.
Somavam dias
& as lágrimas não vinham;
a certeza da indiferença
o fazia sentir inumano.
Caiu o pano
& mão na mão depositando
a sua harpa
fez-lhe ver a sua face de megera,
num rubor vivo e insano.
Ele a ansiava,
mas não sabia
com que face viria.
Soube então,
na clareza da vinha de outrora,
a certeza na excitação,
sentiu o calor e a beleza vindoura.
Os prados largos
& lânguidos são presentes
aos que firmes
para além do dia da vida
se estendem na eternidade dos sonhos.

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