sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Labiríntica trama

Como a forte e tênue teia
feita para resistir ao ar,
estendida vence o vento,
espargido som do lamento,
vinha forçar ao dia raiar,
fazendo a silhueta cheia.

Nunca uma coisa bela
tornou-se em uma noite
tão exageradamente feia.

Dês que outrora a noite
associávamos esse tipo
de beleza: círculo e linha.

Como quem na floresta
densa e plácida caminha
sabendo que não há guia
texto, barqueiro, que sirva
a Si na lúgubre travessia.

Paisagem anunciadora
na alma de labirínticas
tramas em que não se
porfia, altos e baixos,
na música e mímicas
sete corpos mortos sob
a relva dos teus dramas.

A consciência se domina
a memória, e, ou se teme
algum dano cobre a tudo
de escombros - e quando
se lhe perguntamos
pelas vítimas:
dá de ombros.

Do alto de uma torre domina
o vasto horizonte e o oceano,
suas vagas beirando
o continente adiante.

Apraz-lhe o mirante perdido.

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