sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Obnubilans

Cega para a polifonia anímica
do discurso onde a alma
expõe a métrica, troca as notas
e então perde o horizonte por eras.

Não vês, cega!?
Não lês o que vai na alma?
Seguro estou então,
na medida de teu glaucoma?

Não é em mim que há
como em Grécia e Roma,
uma cidadela que inflama
a custa da cidade lá fora.

Parto depravado e impúdico,
na sanha ânsia inexpugnável.
Pervertido dês início na ânsia
quis salvá-la, eu corrompido,

ébrio a aler apaixonado,
sensual fanático deplorável,
tarado incorrigível dês infância.

No sentido mais vil e infame...
Que me inflamem as têmporas
se penso em sexo o tempo inteiro,

dês o pendão do pensamento primeiro,
(optando ao invés de falar, trabalhar.
Não seria a filosofia um meio de distrair,

para então evitar do avesso sucumbir,
uma vez que não posso da amada gozar,
torno o sensual prazer em inteligível ardor

a inflamar velhos pistões
ao sabor dos corcéis tonitroantes,
repisando a terra e cavalgando as núvens,

no belo esplendor das serras,
ao encontro das pernas,
é entre o vazio das notas
que se faz a música em que erras.

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