sábado, 4 de outubro de 2008

Aurigas Imortais

I
De um tipo.
Somem todas
as qualidades.
Dispersas...
As massas,
os moles,
corpúsculos em
retirada retém
em si correndo,
por veias antigas
sem remendo.

Cortas o fio do rio
à faca rude. Lauta
canta dor a flauta.
Força em expoente.
Força em face alta,
soa a voz estridente.
És breve.
Sã, refulgente,
serás prática
quer na América
ou na Ática.
Muitas são as
pátrias que há
em minh'alma.

II
Mas, calma!
Espera um pouco.
Inda ora rouco,
a voz que embarga e sola,
deito riso e rola
uma leve lágrima.

III
Excesso de rima
faz da métrica
tétrica patética.
Ou erística grima.

IV
Lado oposto
ao rosto, vejo.
O eu que vejo?
Espelho oposto.

V
Reflexo de cima:
ciência ou cisma,
vivem os debaixo
a correr tal riacho.
As pedras do leito
rendem respeito
à brevidade; inda
que não cesse, finda
a tília e funda o vau.
Se espalha... A nau
a beira do cais
é o ás.
Apressai!
Que a partida
de tua vida o cúmulo
cobra ainda fama
a quem cinge
o louro
ou de ouro
o túmulo.

São Paulo, quatro de outubro de 2008.

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