quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Bola de fogo perfeitamente circular

... as pedras tem êxtases ao luar -
A.C. cit ex contexto.

É preciso confessar isso:
esse poeta místico... sou eu.
É o que da refutação resulta.
Quando é luna como musa,
que nos vêm e admoesta.

Ao verso, idéia, ato,
é justo corrigir.

O bom e belo no agir,
o belo e justo é lícito
dizer muitas vezes.

Quem provou da amora,
assim ou do fruto da parreira,
sabe que se deve ir-lhes aos bocados.
Ninguém come amora uma a uma
se deseja ter disso experiência.
Reuna-se muitas na mão nua
e toma-as de uma só vez.

Bebericava e alterava-lhe a tez,
marca de que aos quodores
se esvai pouco a pouco a sensatez.

Simbolos de familiares odores
dos vinhos que se guardam em odres.

Aos pequenos tragos
se evita estragos.

Franqueia lisonjas
quem se com porta
com espírito nobre,
que com o vulgo
sequer se importa.

No misto das amoras
o contraste dos tipos.

Faz da mistura
o bom tempero,
acétil, citrino, doce.

Encorpado ou espetado
o vinho nas pontas das
papilas acomodam-se.

Candeeiro que arde
no peito qual braseiro
noturno e interior,
auto-alimentado.

Bola de fogo ardente,
perfeitamente circular
despenca no seu ulular
a cabeleira luzente
imensa. Nau na procela,
lenta a singrar eminente,
ondas azuis em aquarela.


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