quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Índia

Sou um índio...
Não, não sou um índio.
Vendo bem como quem
repara um erro, percebo
que a Índia está no oriente,
e eu cá, ocidente de mim,
não posso ser senão oriente,
porém, oriente de mim.

Mas o que é ser para o oriente?
Outra coisa hilária,
sou outra coisa,
quase a mesma.
Nativo, chamo-lhe.
Da natividade da natura.
Por herdade,
naquelas quintas,
fizeram ameríndia,
a mãe e a pátria;
lingua que emerge em palavra,
canta em tua toada,
cabe ver da balada
cada um como assim o enerva.
Minerva mais a cor e o sabor
da uva, ela rubi e rubra,
aquela, azul e branca,
e vermelha e preto,
o seu contorno, lento
cinzelar do artifex da natura,
que de si nos presenteia,
da aurora a outra aurora.
Não fosse isso e poentes,
sempre novos, pois lá,
o vinho e a alma guardam
consigo exímia afinidade
não se se tinha a idade.

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