domingo, 27 de dezembro de 2009

Juízo Peremptório

& the movie of ten thousend stars mades him cry, are alive.
Acontece, e se repetirá em poucos dias...

Noventa por cento de assistências,
Isto é, tentativas.
Pouquíssimas vezes me [eximi]
isentei em dar meu contributo à arte
computo da opinião nobre,
da vasta elegância do mérito,
entre a fama eterna
& a glória postergada.

Nego Maiorem:
todos que,
na classe contrária,
são enfadonhos de tão faltos:
os que sorvem, parasitaria-mente,
a seiva, sendo as toscas feras materialistas,
ou que assim acostuma as crias, hedonistas,
céticos ou cínicos,
e não falo da senda do estilo antigo,
sentido estrito,
mas no lato, pejorativo mesmo,
as hipérboles cômicas,
o grito...
arremedo caricatural da morte
rito expiatório feita,
devido a própria lauta falta,
nos dias em que não são
como os do outro,
felizes,
como lhe queira tirar
da ente feliz
a reconciliação sua com o mar
com os horizontes,
ideal para os que se fizeram
análogos ao próprio olhar,
as luas que nos atravessam
imenso sonho de ter,
ciente escolhido,
o coletivo delas,
tornar-se
refém de uma órbita,
grave massa alheia,
me incomodando por não saber
o que melhor tirar de mim,
por outra coisa [eu] apenas
não ter o que melhor fazer?

Heil gesimt una Frau,
die sich in allen Fällen nimmt.

O lazer & o fazer
o corte
& talvez haja:
algum diálogo
entre as sensualistas,
e aos sensistas sensatos,
os cordatos homens justos...
Nem sequer se deveria
escrever-lhes - dizer
no plural.

A estes estendo o enlaçante
discurso, o aperto de mão,
enquanto que o laço dançante,
tão somente
àquela a quem darei a mão.


quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Diké

Abrirei a boca para dizer.
Irei cantá-lo como posso.
Faço da minha polegada
de chance a fim de criar;

Alteio a cítara, cordato,
& as cordas violo
ferindo diapasões no ar
os tímpanos.

Quando erro é por querer
estender o vaso onde jazo
para que não se encontre
a borda:

de tudo o quanto é [bom],
eu [como outro] sou a liga.

Única a mente una pensa
& com dedos acompanha
as mãos desatadas uni-las
numa boa lira & a música
deslinde o encanto
suave, doce, variegado
Quando a musa o mime
da boca mane o canto solto
na rima rica do fino rouco
por não pouco o fogo
ao fio voraz luzidio
incendeia, o universo
se faz em palha e aldeia
de tudo tão perto quanto
o seu ritmo alcança e enlaça
esguio desenlace seca o pranto
das moças que o viam
outrora cínico aparente
agora a fúria cólera,
endemoninhado,
o real vem ao encontro
do poeta que o canta
como ele é, verdadeiramente,
a esse sabedor da torrente
é dada a vazão que ao tino
zune, o que expande
a seiva certeira lance
que é a lauta a messe
O que aprecia o tempero
saiba a sazão do tempo
que faz cindir o sino;
pendão preciso
que ajuíza e acerta.

Não digo nada por melhor
não dizer, ouso, quero,
sei & escondo
o havido e a postura reta
de ilibada fragrância
a virtude flagrante do justo
que a ninguém precisa provar
inocência, mesmo ao gozar
a lua alheia, peça de defesa,
fá-lo-á rir a noite inteira.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Trabalhos & Dias

Et sol crescentes decendens duplicat umbras;
No sol iniciam-se as luzes,
os calouros,
as sombras,
os reflexos,
as dobras
que a superfície dos seres
faz maravilhas
desde duplicá-las nas vestes
Perguntas-me como?
Ora com cinzel & espátula,
ora com palavras, as coisas
& suas réplicas lançam o véu
sobre a esfera, como cortina
que no palco cerrava a cena
ou abria o ato,
tendo ao centro os lustres,
luminares voltados para o nascente
de tudo quanto há de valioso –
para quem os obtusos traçam tramas –
que do justo caudal do rio dimana
em notas leves, sudoríferas & áureas,
aéreas auras que ao se enclavinharem
plenas cromáticas acetinam
os traços sem contornos,
de uma ponta a outra,
as ilhas costuram os hangares;
longo na noite dos dias
o dorso que torço espiralando,
com as mãos
cinzelando várias vezes
as vias plácidas
constelando os astros ao palco
da divina coorte,
onde se vêem os homens:
os poetas, os filósofos, os políticos oradores,
& a plebe, & os pobres,
não os pobres de matéria,
& os estúpidos,
alijados dos lumes,
que indiciam os justos
frente às testemunhas mesmas
de sua justeza,
que desconhecem o fazer-se à vida artística...

Assim, sigo sendo os esmeraldinos plátanos
o banquete do colóquio estelar,
cavalgar: ferir o solo os passos estrepitosos,
chamando as águas que das fontes naturais
emanam, minerais de se dá a beber a criança
da magnificente cabeleira escandalosa, solar,
colimado de insígnias, fogo às tiaras,
dolorosa aos olhos dos subterrâneos...

Os que temem o sol estão já mortos.
Arrepio caminho açoitando as feras.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Horizonte

Toma! Misurare e pesare.
Solar ha rotto la barriera del giorno;
Moon, il senso del suo potere,
non aveva costellate stelle,
quelle che compongono l'anello,
non sapevo cosa luoghi oscuri
tornò.

Sobre Falcões & Crocodilos

Landschaft bewegende Schatten und grelle,
Licht der Gnade und Witz, auf der einen Seite,
Krokodile, dass die Kinder beginnen,
die Erde zu kratzen, der andere,
Schweine mit einer Miene, keine Kinder zu.

Aforismos Musicais

"Pastores agrestes, vis infâmias e ventres só,
sabemos muitas mentiras dizer símeis aos fatos
e sabemos, se queremos, dar a ouvir revelações"-
"Poiménes ágrauloi, kák´elénkhea, gastéres oîon,
ídmen pseúdea pollà légein etúmoisin hómoia,
ídmen d´, eut ethélômen, alethéa gerúsasthai
."

Musa delirante...
insinua impávida
a discórdia e o brio,
pois,
ventre de embustes
& nobres primícias
não lhe deixam...

Ainda que não haja voz,
por morta e afetada que seja.

Tudo te louvo, desde que
muito me ensinas,
as vis infâmias, sua marca,
& os brilhos nos olhos por não viver
vida que preste [atenção].

Andar, falar e pensar: são setas.
Tirar o que impede do caminho,
remover, reduzir a cinzas, soprar.

Quem fala por outrem não sabe os riscos que corre.
Quem fala por outrem já nem sabe o que fala.

É sempre bom especular sobre a promessa de um ateísmo,
de outro modo fica-se sem adversários.

Não apenas sei como gero valores até mesmo dormindo.

A bela mora ao lado do grotesco, tosco, tacanho,
é o recalque de sua criancice.
Porque as coisas fisicamente não se toquem,
quando tudo é impeço e espaço,
gosto de seus textos e do seu desespero;
desperto a Fera que há em seu peito,
não a que aparece lá fora,
de maneira inconveniente,
querendo-nos roubar o sossego de uma solidão seletiva.

O que mais explícito
[para que não] seja claro para o néscio,
para mim,
denuncia motivos subterrâneos.

Se pudéssemos desenhando ir
uma imagem do devir,
isto seja, do movimento ordenado,
esta imagem seria eu.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Refestelante Messe

Depois de um dia efetivo...
A sublime repetição dos traços,
coleção de afetos, é o dia festivo.
O retorno cíclico dos fatos,
de todos os laços, o eletivo.

Tardio e de movimentos lassos,
os únicos pés e os únicos passos,
são dados pelos mesmos Virgílios
em suas bucólicas,
por nossos Cíceros,
em suas citadinas aras.
Meu silêncio é honrar os céus
que contagiam as horas,
camuflam o tempo em pequenos véus.
Que cortam sibilantes cordas
arqueadas com prolíficos dentéis.
Costumo ir direto às fontes.
Ali onde a natureza faz a festa.
Cuida do teu corpo na ginástica dos atos,
enquanto inda podes moldá-lo.
Não sabem onde a natureza retorna?
A aliança guarda o lugar para o desigual,
na volta de tantos vistos, cheiros e tatos.
Na pura sincronia de por haver o melhor,
corro devagar, soberbo, o vento ao pé das asas,
enlevado como alavanca aos outros,
que é o que mais há:
o ser grande e o ter com o que moldar.

O rumor do instante me diz mais que você.
Os cortes ativos do meu humor se adiantam.
Flecho sem volta os braços calados, pois aditam,
rendo os fechos com nós de inseguros laços
a ti pelo reinado de meu reino a sua mercê.
Por que a liberdade é laço de fita fácil...
de se abrir,
quanto mais à cadeia estreitas,
mais opressivo torna-se o passo;
O caminhar junto é o pescoço e os braços
atados & o horizonte adiantado a fugir-lhe
em fugidios os traços.
A liberdade dos viventes
é ter rédeas largas.
As aves e os cavalos voltam,
só não voltam os bois e as larvas;

Corre solto o chicote e o sangue a terra liba.
O que queres capitalista, é um ombro em que te apóies,
uma cama afeita a inválido, chauvinista de meia tigela,
que a roda gire e te esmague junto à hera,
para que o delírio das pessoas vivas comece
ao cair às gentes dos corvos, na aurora:
Eis à hora, viemos pelo barulho da messe
!


A este silêncio rendo minha homenagem.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Livre

A liberdade dos animais
é ter a rédea larga.


sábado, 12 de dezembro de 2009

Dies Irae

"Lembra-te...

nos dias de tua mocidade,
antes que se te acheguem

os dias do mal,

em que dirás:

'neles não tenho prazer algum'
Antes que

o fio de prata se rompa
& a taça de ouro se parta..."

Abra a porta e vá entrando,

Eu me proporcionei.

Agora a ti me dirijo:

O teu sorriso me convenceu.

A lua era vista por côncavas

mínguas, salientes a arestas.

Crepitastes madrugadora

& vermelhidão da aurora

espalhou-se,

a mesma vinha que ora doura

no crepúsculo retraístes.

Cientes todos que os corpos

rigorosamente não se tocam,

os jovens que
desejam burlar as leis da física
na fricção incessante e sentida

acendem a lareira silenciosa
na resistência contrária ao fluxo.

Ó meus amados ossos,

que nem são meus exceto

pelos sete anos que os trago,

vive o dia como rangem!

Ao fio

sente-se os frios do outono

as colunas

& calor amenos,

A medula licorosa.

Langorosa melodia,

Células de um só dia,

que te as une a mim?

Curumim, quem te deu a face linda?

Rouxinol de asas douradas quê as uniu?

Não desperdiço uma gota

Do que me permite.

Ó vermelhos é minha febre,

únicas coisas que me sabem

os estados de alma únicos,

o lavor de minhas túnicas.

Minhas malhas de espécies

Memoriosas, Escarmento.

Para a saúde dos lábios

o beijo artístico elástico.

Tabuleiro de runas desmanchado,

Nas sem fim fraturas;

Futuras ruínas do anfiteatro,

o porvir é questão de tempo.

Molda o epitélio tecido plástico

que é teu imaginar o sonho da matéria...

O devir afeito é ao sonhar,

& sem dormir do mesmo modo,

trago do oceano magnético

o molde da substância que nem o é,

tanto o seja uma entidade de todas qualidades:

tocável e não, visível e não, crível e não,

amável e viva.

O pouco atrabilário

Limite escaldério que

Não me houver de ver

é via para o prazer do oposto,

a lira e o arco quando lhe tanjo

o ângulo da corda.

Dor e morte e vida e deleite

de um extremo a outro do arco.

Dê-me as mãos para beijar-lhas,

ao clarão da lareira

tu quando dai-me lírios...


A vantagem do corpo

é não ter fim o renovar-se.

Que na tua vida de tudo tenhas vinte.

Vinte anos, poemas de cor,

técnicas e saberes,

vinhas e cores,

misturas e toques.

Flexões & abdômen,

o dólmen rijo

de cento e vinte flexões.

Irrompo as membranas

Que antecedem o sol,

& erijo no topo o broto

Pela respiração e influxos

Que coadunam a rigidez macia do sexo.

As pernas a vinte quilômetros por ora,

& pelo menos o dobro de rota diária,

O derredor acometido freme...

Ao revérbero de meus passos.

Aos andrajos, sustos aos enganos,

Os que me não suportam.

Quem é firme balanceia

& quem titubear tombará;

A!

Revista Orpheu

Ao público,

As reuniões eternas dessa empresa multitudinária produziram uma demanda inolvidável de espaço, ou foro público, onde as discussões acadêmicas da amizade sapiencial, nobre ocupação dos estudantes de filosofia e arte, da Universidade Federal da Paraíba pudessem ser veiculadas. Assim expressamos nossa carta de intenções ao público. De antemão, tais reuniões se fazem desde que dois ou mais estejam reunidos (§ 1). A tradição assim toma a palavra e emerge como potência no interior da instituição e do mundo.

O nome da revista inspira-se e visa recuperar os motivos da revista lusa Orpheu, editada por Fernando Pessoa e Mário de Sá Carneiro, a partir de 1912. Os jovens promissores a frente da revista partiram de uma inquietação contra as convenções classistas e classicistas, nós, por outro lado, partimos do descontentamento com a ignara casta de nossos contemporâneos que nada lêem e apenas perpetuam o establishment. Visamos à erradicação, através da crítica virulenta e do silêncio escarnecedor, de todas as formas tacanhas e parasitárias. A violência lingüística e o rigor são então as premissas de nossa qualidade crítica e produtiva. Em Filosofia e Arte, é preciso o instante destrutivo, para limpar caminho para a criação e o novo. Seguindo essa premissa, o tema “Surgimento da Filosofia”, nos permitirá salvar a antiguidade das incompreensões e realizar, para o público, o nosso conceito de Filosofia e Arte desde os antigos. Cientes de que a força não se dá, toma-se, ocupamos há algum tempo os espaços públicos, em que muitos quedaram estáticos, e ousamos nos fazer saber, através da palavra. Os que são pródigos dela, não percebem que todo proferir é errar às coisas. Que todo ato de fala deve ser artístico, por princípio. O saber é uno, a linguagem é que vela a realidade com as idiossincrasias individuais, toscas e enfadonhas.

A nobre simplicidade e a grandeza são nosso estilo, por excelência. Destinamos a nossa mensagem não às massas, antes exterminá-las conceitualmente, mas ao verdadeiro círculo artístico e filosófico, necessariamente restritos. Não se devem profanar as empresas como a nossa, de tão sublimes propósitos, com uma exposição inútil e prematura ao desagrado da plebe, que nada entende e tudo condena.

A revista Orpheu é, então, reservada aos Resistentes, que sabem ao deleite do diálogo profuso como o rio em suas águas profundas.

O conteúdo da revista versa sobre o título simbólico de Orpheu, patrono da Filosofia, das Artes e da Religião dos Rituais Iniciáticos. Prepara os movimentos de escalada, de apoteose lingüística, do acúmen com que a acuidade visual ou estética, coadunada com a visão intelectual das coisas, em unidade discordante de si mesma, que antecipam a descida do poeta aos infernos.

Parafraseando Goethe, no edital de sua revista Propileus, somos “amigos unidos harmoniosamente” [ou não], destinados os olhares às grandes e pequenas coisas autênticas, a natureza, a arte e a filosofia, em atenção aos artistas, os dignos produtores de tesouros no interior da língua, observadores ativos, isto é, espreitadores que nascem e nutrem-se com luz do dia e o reflexo da noite, no emprego prático de suas partes às comunicações, das constelações entre si. Evitamos a unilateralidade e a bitola, perigo freqüente contido em toda a ideologia totalitária; visamos à diluição da unidade, através das ligações qualitativamente distintas de seres diferentes, complexos, e únicos, e a reconstrução da unidade, mediada pelas descobertas públicas e, ou, particulares, dos elos que permitem aperfeiçoar as pessoas, com a vantagem do diálogo. Correspondemo-nos por escrito, o que já fora feito em ambiente da viva palavra; nossos ensaios e artigos visam estabelecer essa relação do escritor, que a fonte seja inesgotável, com o público, receptáculos febris a que destinará seu nobre vinho.

Em épocas de ausência de todos os valores eternos e profundos sobre os quais a humanidade sonhou e parece inerte, estamos ávidos, e criamos, em nossas sessões de trabalho, aos valores que nos guiam a vida.

Aos fortes o direito e a justiça. Aos hipócritas, o afogar-se em seu próprio nada.

“A justiça é vantagem do mais forte” – Platão, República.

Do seu secretário & escriba

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Verão

“Ó grande Hotel universal
Dos meus frenéticos enganos,
Com aquecimento-central,
Escrocs, cocottes, tziganos...”

Específicos universos
onde o pó erguido da terra,
pela água e pelo sopro
da alegria fizera o élan...
do vermelho que chama
distorção em pleno ar...
verti cores eletrostáticas,
mas fiz rio de mim no sol
a pino que me traz o lustre...
... fui à rua traçar sombras.
& pelo mar de asfalto
aberto, negro sangue
& caravelas de ouro
saqueado..., El-dourado,
Carajás, que o progresso
do material não me cesse
& enquanto não mais sejamos
servos de outros amos,
nesse
grande Hotel
universal
& soturno
de
nossos frenéticos
enganos
...

Ferirei aos febris públicos.

O mesmo sol-verão,
que a tudo o que há
de mais belo reluz,
& traz a tona,
ao subterrâneo
reduz & encapela
no túmulo de qualquer
caverna.

Os fortes
sobreviverão
ao sol.

Escravos à corvéia,
aos ousados a colméia.

Viver é passarela.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

I



Tantas vezes gamei
De lícitos versos,
Como deixei contrários
O mais complexo dos perversos.

Amei completo o avesso
O oceano seleto de águas
Que é o meu abrigo
E fonte para meu verso.

Corra pela esteira solar
Ou pelo grande rio
Da linda noite

Sinta o frio açoite
Que meu imenso desvario
Soube ao pobre ânimo imolar.

II

O que admiro respeito e silencio

III

Os entes seguem sendo

Enquanto seja eu

O mar & contrariedades

Que abriga a alma.

IV

Ser é não ter de explicar.

V

O enfado do teu nome

Vem do pobre renque

De teus ricos traços.

Quer não tenhas dique

Diluis & Secas...

Que não tens força.

VI

Dimana do cetro

Rijo princeps arkhè

Na noite cega quer

A mulher a força.

VII



Sorve na boca o trago,

O alcalino rasgo

Que faz minha dýnamis

Quando te mima o curso,

Chèrie amie.

VIII

Como poièsis re phýsis

É o espelho de tuas vestes

[kédyma phôs]

Como duplo & outro

Que não tivestes:

Vives para que ta não recuse.

IX

Laço lírico:

Decides-te,

Desistes?

Realizas-te?

X

Hórus é dos meus

O nome que mais

Gosto, com tanto.

XI

Força apenas Há.

O poder verte

Na direção da desídia

De ti que não te krísis.

Gafanhoto à sombra:

Democracia & mercado

Aliena & escorre a vida

Até que te frise a basta,

& como embuste, teu real.

XII

“A justiça é a conveniência do mais forte”

– Platão, República I.

O forte deve reger.

Há sobre isso qualquer dúvida?

O forte é o justo:

Senhor & império,

Ser é o melhor

& governar,

Para não o ser

Por um infame.

XIII

Seletivo,

Faço de meu passo

O motivo constante.

Como o fio cortante

Da espaça trespasso

E atravesso de braçada

O peito dos infectos.

Cinco deles,

Dentre tantos [e o que é em grande número tem geralmente, conotação negativa]

Essa semana

Apodaram-Me

Daimónion!

Muitas quiseram

Quando apenas poucas,

As sinceras,

Coroavam-me

O deleite

Com alvacenta ambrosia

& telúrico hidromel.

Sozinho reste apenas o cão sedento,

Antiga musa.

Arquivo do blog