"Pastores agrestes, vis infâmias e ventres só,
sabemos muitas mentiras dizer símeis aos fatos
e sabemos, se queremos, dar a ouvir revelações"-
"Poiménes ágrauloi, kák´elénkhea, gastéres oîon,
ídmen pseúdea pollà légein etúmoisin hómoia,
ídmen d´, eut ethélômen, alethéa gerúsasthai."
Musa delirante...
insinua impávida
a discórdia e o brio,
pois,
ventre de embustes
& nobres primícias
não lhe deixam...
Ainda que não haja voz,
por morta e afetada que seja.
Tudo te louvo, desde que
muito me ensinas,
as vis infâmias, sua marca,
& os brilhos nos olhos por não viver
vida que preste [atenção].
Andar, falar e pensar: são setas.
Tirar o que impede do caminho,
remover, reduzir a cinzas, soprar.
Quem fala por outrem não sabe os riscos que corre.
Quem fala por outrem já nem sabe o que fala.
É sempre bom especular sobre a promessa de um ateísmo,
de outro modo fica-se sem adversários.
Não apenas sei como gero valores até mesmo dormindo.
A bela mora ao lado do grotesco, tosco, tacanho,
é o recalque de sua criancice.
Porque as coisas fisicamente não se toquem,
quando tudo é impeço e espaço,
gosto de seus textos e do seu desespero;
desperto a Fera que há em seu peito,
não a que aparece lá fora,
de maneira inconveniente,
querendo-nos roubar o sossego de uma solidão seletiva.
O que mais explícito
[para que não] seja claro para o néscio,
para mim,
denuncia motivos subterrâneos.
Se pudéssemos desenhando ir
uma imagem do devir,
isto seja, do movimento ordenado,
esta imagem seria eu.
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