terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Refestelante Messe

Depois de um dia efetivo...
A sublime repetição dos traços,
coleção de afetos, é o dia festivo.
O retorno cíclico dos fatos,
de todos os laços, o eletivo.

Tardio e de movimentos lassos,
os únicos pés e os únicos passos,
são dados pelos mesmos Virgílios
em suas bucólicas,
por nossos Cíceros,
em suas citadinas aras.
Meu silêncio é honrar os céus
que contagiam as horas,
camuflam o tempo em pequenos véus.
Que cortam sibilantes cordas
arqueadas com prolíficos dentéis.
Costumo ir direto às fontes.
Ali onde a natureza faz a festa.
Cuida do teu corpo na ginástica dos atos,
enquanto inda podes moldá-lo.
Não sabem onde a natureza retorna?
A aliança guarda o lugar para o desigual,
na volta de tantos vistos, cheiros e tatos.
Na pura sincronia de por haver o melhor,
corro devagar, soberbo, o vento ao pé das asas,
enlevado como alavanca aos outros,
que é o que mais há:
o ser grande e o ter com o que moldar.

O rumor do instante me diz mais que você.
Os cortes ativos do meu humor se adiantam.
Flecho sem volta os braços calados, pois aditam,
rendo os fechos com nós de inseguros laços
a ti pelo reinado de meu reino a sua mercê.
Por que a liberdade é laço de fita fácil...
de se abrir,
quanto mais à cadeia estreitas,
mais opressivo torna-se o passo;
O caminhar junto é o pescoço e os braços
atados & o horizonte adiantado a fugir-lhe
em fugidios os traços.
A liberdade dos viventes
é ter rédeas largas.
As aves e os cavalos voltam,
só não voltam os bois e as larvas;

Corre solto o chicote e o sangue a terra liba.
O que queres capitalista, é um ombro em que te apóies,
uma cama afeita a inválido, chauvinista de meia tigela,
que a roda gire e te esmague junto à hera,
para que o delírio das pessoas vivas comece
ao cair às gentes dos corvos, na aurora:
Eis à hora, viemos pelo barulho da messe
!


A este silêncio rendo minha homenagem.

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