quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Hedonismo II (reeditado)

Como se costumava rir
no Egito Antigo: "Rá".

O meu doar-se não é como o do moderno hedonista.
Não é uma compensação
(nas palavras do meu principal interlocutor)
para uma falta.

Não quero expor meu corpo
[grosseiramente]
a elevadas condições de tempo,
espaço e pressão,
dissonâncias,
combustão,
agressão,
frutos da apatia
& do não saber em que consiste o que é gozado;
[porque não saibam afinar as frequências
e trabalhar no ritmo e nas velocidades...

Na sanha desavinda de desejar o morre cedo,
não ingresso
& me afasto para o forte e vivo.
Estou presente
apenas onde estou de todo,
alí me faço,
e me doo no meu melhor,
no que digo por estar inteiro,
não ébrio de pobre [retórica sensista]
a não mais poder unir
o que é belo unir
[mudo e surdo
à peripécia da criança luzente
que é a natureza,
na inércia asséptica do esteta].

O mover-se muito não é mover-se melhor.
O melhor depende de sua infinita seleção.

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